Com o objetivo de fabricar um combustível menos poluente, uma pesquisa realizada na Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa) reutiliza parte do óleo resultante da preparação de alimentos nos restaurantes universitários. Uma equipe composta por pesquisadores e estudantes vinculados ao Núcleo de Economia de Baixo Carbono (NPCO2) avalia diferentes proporções da mistura entre biodiesel, diesel e etanol para chegar uma proposta que seja menos poluente e economicamente viável.
“Nós queremos identificar a melhor proporção de mistura para chegarmos a um bom combustível que não mude as características do motor”, explica o pesquisador Raniere Valença. “Sabemos que não seria viável encontrar um bom combustível que demandasse uma adaptação de toda a indústria automobilística e de geradores a diesel”, avalia.
No laboratório de Pesquisa em Petróleo e Biocombustíveis, o óleo residual coletado nos restaurantes universitários passa por três etapas até ser transformado em biocombustível. A cada semana, cerca de cinco litros de óleo residual são utilizados nesse processo de fabricação, que vai da filtragem e cálculo de acidez, passa por um processo de aquecimento e adição de catalizador até chegar na fase final, de purificação.
“A inovação da nossa pesquisa começa justamente nesse ponto, depois que o biocombustível foi fabricado”, destaca Raniere. De acordo com ele, a identificação da melhor opção de mistura com diesel e etanol poderá resultar em um combustível com menor índice de emissão de gases poluentes.