Água produzida como insumo para produção de biomassa energética é tema de dissertação do NPCO2
Trabalho produzido por Gthielly Maíra Fernandes teve orientação de Marcelo Tavares e coorientação do professor Daniel Valadão Silva
A economia circular em produção onshore de petróleo tem sido objeto de busca a fim de reduzir impactos ambientais. Uma pesquisa realizada por Gthielly Maíra Fernandes, do NPCO2, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), avaliou a possibilidade do reuso de água produzida no petróleo no cultivo do capim-elefante BRS Capiaçu. A aluna foi bolsista do PRH-ANP e o projeto contou com o apoio da Mandacaru Energia
A dissertação “Reúso de Água Produzida do petróleo no cultivo do capim-elefanta CV.BRS capiaçu: uma estratégia de economia circular” avaliou o efeito das diferentes diluições e lâminas de irrigação com água produzida de petróleo tratada no desenvolvimento da espécie, cultivada em ambiente protegido durante 100 dias.
O experimento utilizou delineamento inteiramente casualizado (DIC), com nove tratamentos compostos por três diluições da água produzida em água de abastecimento (0%, 50% e 100%) e três lâminas de irrigação (50%, 75% e 100%). Os tratamentos foram organizados da seguinte forma: T1 (0% AP +100% LAM), T2 (100% AP +75% LAM), T3 (100% AP +50% LAM), T4 (100% AP +100% LAM), T5 (50% AP +100% LAM), T6 (50% AP +75% LAM), T7 (50% AP +50% LAM), T8 (0% AP +75% LAM) e T9 (0% AP +50% LAM), cada um com cinco repetições.
Os resultados indicaram que a irrigação com água produzida não afetou negativamente o crescimento da planta, embora a presença significativa de sódio no solo represente um risco potencial de sodificação, exigindo manejo adequado. Por sua vez, a produção de biomassa não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos, e a lâmina de irrigação de 75% contendo 100% de água produzida foi a mais eficiente, garantindo crescimento satisfatório com menor consumo hídrico.
O estudo indicou que a água produzida de petróleo tratada pode ser uma alternativa viável para irrigação, desde que sejam adotadas estratégias que minimizem seus impactos sobre o solo e a planta, contribuindo para a sustentabilidade da produção agrícola e energética.