Uma pesquisa em andamento na Universidade Federal Rural do Semi-árido (Ufersa) avalia a viabilidade da utilização de água produzida de petróleo na irrigação de culturas para produção de bioenergia que sejam de fácil adaptação ao clima semiárido, como é o caso do sorgo, do algodão e do eucalipto. Financiada pela empresa 3R Petroleum, a pesquisa é realizada no campus de Mossoró da Ufersa e conta com o trabalho de 12 pesquisadores, entre docentes e estudantes de pós-graduação, vinculados ao Núcleo de Pesquisa em Economia de Baixo Carbono (NPCO2).
No dia quatro de abril, a coordenadora de Meio Ambiente da 3R Petroleum, Ana Paula Coelho, esteve na Ufersa para uma visita de acompanhamento do trabalho.
“Tudo até agora nos indica que teremos bons resultados, desde que a cultura correta seja utilizada”, diz o professor Rafael Batista, do Departamento de Engenharia e Ciências Ambientais (Decam), um dos pesquisadores envolvidos. “A viabilidade técnica do projeto só será conhecida ao longo da pesquisa, mas do ponto de vista ambiental a água produzida está dentro dos parâmetros esperados para uma água colhida em ambiente semiárido, ou seja, com algum grau de salinidade, sem a presença de metais pesados”, detalha.
No momento, a pesquisa está na fase de experimentos em ambientes controlados de pesquisa, chamados de Casas de Vegetação. Após a primeira fase de análise em laboratório, os primeiros 10m3 de solo enviados pela empresa para a Ufersa serão utilizados no cultivo de diferentes espécies. A irrigação será feita com água produzida no Polo Fazenda Belém, localizado em Icapuí (CE).
Dentro de alguns meses, será possível apontar que cultura se desenvolve melhor após a irrigação com essa água, beneficiando diretamente uma região que sofre com escassez hídrica. A análise será submetida à avaliação da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), que irá decidir sobre a viabilidade da utilização dessa água em projetos de irrigação de larga escala.